Paraatletas continuam competindo:
Por mais investimentos.
Luciano Genonadio
Após o desempenho dos atletas baianos nos jogos Paraolimpicos de Pequim, em 2008, a mídia retratou a luta desses atletas contra o preconceito e a falta de investimentos. Dois anos depois, o quadro continua sem mudanças significativas. Faltam condições adequadas de treinos, investimentos em infraestrutura e patrocinadores.
Para a presidente da ONG Associação dos Atletas Baianos com Deficiência (ABAD), Rita Mônica de Cássia Veloso, a burocracia para conseguir verbas e a falta de infraestrutura afasta os investidores. “Existe uma grande dificuldade para conseguir verbas e a inexistência de um centro de treinamento (CT) adequado para atletas com deficiência inibe os possíveis patrocinadores”, desabafa.
Sem um CT de treinamento adequado, os atletas paraolímpicos baianos se viram como podem treinando em locais adaptados. Mônica, que também é competidora de travessias, lembra que, antes da interdição da Fonte Nova os nadadores treinavam no Clube Olímpico do estádio. “Quando a Fonte Nova funcionava, nós (atletas) fazíamos as adaptações e treinávamos lá. Agora com a interdição ficamos sem local fixo de treino”, relata.
Segundo a Cássia, há aproximadamente nove anos ela envia um projeto para o governo do Estado solicitando a implantação de um Centro de Treinamento para Deficientes na Bahia. “Sem CT não tem dinheiro, sem dinheiro não dá para manter um atleta de alto-rendimento. O custo é muito alto”, explica.
Um atleta paradesportivo de alto-rendimento tem um custo mínimo de 3000 mil reais mensais, sem incluir os gastos com competições e viagens. O governo oferece um auxílio mensal de R$ 720 por atleta. Uma alternativa seria o programa FazAtleta porém, o beneficio só contempla os três melhores colocados no ranking nacional.